sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A Veja é um panfleto!

Até hoje sempre havia me referido a Revista Veja como um panfleto, porém era apenas uma força de expressão devido a sua postura de pautar e polemizar a corrupção sem base material na realidade em benefício eleitoreiros de candidatos de direita e também alimentando um antipetismo descontrolado e inconsequente. Chamava a Revista Veja de panfleto pois seus textos são tão diretamente políticos quanto os panfletos de antes do inicio do Século XX. Antes do jornalismo ter se embebido pela lógica da mercadoria e vender a notícia como tal. Essa é a diferença entre o jornalismo atual e o do século anterior aos anos 20-30.
Revista Veja é um panfleto
A Revista Veja retornou mais um Século e voltou a fazer panfletos exclusivamente políticos, notadamente partidários e eleitoreiros. Se retornarmos a capas antigas da revista em vésperas de eleições veremos que tal estratégia não é nova. Mas é a primeira vez  que vejo a revista abandonar por completo sua função jornalistica e encarnar objetivamente a função de panfleto de partido.
Mais problemático não é posicionar-se politicamente, mas é distribuir uma capa de revista como panfleto político, sem assumir-se como tal, abandonando os próprios princípios jornalísticos que defende como a "imparcialidade" e a "objetividade", sem sequer utilizar a saída comum de "buscar chegar o mais perto possível". Dessa forma nem se abre espaço para questionar esses princípios que guiam as práticas jornalísticas atuais pois a própria publicação atenta violentamente contra esses princípios.
Espero que a revista (seus donos e responsáveis pelo panfleto) pague na justiça pela manobra, porém emito meu palpite de que o caso não tem potencialidade para comover e mobilizar a sociedade contra esta atitude da imprensa de forma ampla como na Inglaterra ocorreu com os tabloides. Naquele país os exageros da imprensa chegaram a um cúmulo quando um tabloide de Murdoch invadiu a caixa de correio de uma menina sequestrada e morta. Lá o caso mobilizou a população que culminou em uma regulação da imprensa no pais. 
Enquanto a atitude da presidente Dilma de acionar a justiça é válida, mas insuficiente se não for acompanhada de uma política de mídia que pare de alimentar sua própria destruição e dependendo do resultado de amanhã poderá ser tarde demais.

Um comentário:

  1. Regular a imprensa na Inglaterra é uma atitude sensata e civilizada, na Argentina é ditadura bolivariana e censura...

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